terça-feira, 10 de outubro de 2017

Murmúrio de Mulheres

MURMÚRIO DE MULHERES

Tânia é hoje trans,
A Sida é suicida
E a Pâmela apanha

A Ida é traída,
A Ana nasceu anã
E Babi é bandida.

A Leodina é diva,
Leila sem eira nem beira
E a Cata cativa.

Sol foi mãe solteira,
Viviana está bem viva
E a Sheila cheira.

Júlia bem que ajuda,
A Geni é indigente
E Estela só estuda.

Selma é uma serpente,
Manu continua muda
E Dê perdeu dentes.

Flora ora e chora,
A Elvira entrevista
E Amora namora.

A Quita é bem quista,
Coralina ainda cora
E a Ciça, pelo jeito, é socialista.


                                                       Agosto de 2017

Três, dois, um.

Dois corpos, dois sofás,
Um Buda.
Um trio tocando,
Eu muda.

Gosto de angústia
Na Gruta
E uma reza
Quebra o caos
Da silenciosa luta.

Tanto grito,
Tanta fonte,
Tanta força
Na escuta.




Julho 2016