domingo, 30 de maio de 2010

Muitos cavalos

São Paulo pesa
na folha de papel
tum tum do ônibus
sobre as páginas

Restos vegetais
em banho cáustico
sorvem
rastros urbanos.

Cápsulas calibre 380
Rolam, olam, olam
Criolina com sabão
Molha, olha, olha
Índio bobo
alheia, eia, eia.

Eia! bosta no piche
Eia! falta no asfalto
Eia! Coice no ar
Eia! Peão gordo

Imunda pedra humana

A celulose não agüenta.
É a letra que sustenta
a gravidade.



Cecilia Furquim, janeiro de 2008