A GATICA DA GABI
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Poema de
Cecilia Furquim (inspirado numa imagem real - 2008)
A Gabi gabirosca é uma menina
que gosta de brincar de mãe e filha.
Também tem bichos de todos os tipos:
aves, caninos, felinos, seres marinhos
roedores, répteis, e até símios.
Cada vez que a Gabi acha um bichinho
sem dono, sozinho, ela traz pro seu canto,
mesmo que acabe causando espanto.
Já trouxe cachorra com cara de me socorra,
coelho de olho vermelho, papagaio apagado,
tartaruga sem ruga, mico com saracutico,
gato levado e um sapo de papo furado.
Mas o único bicho que ficou de vez
foi a cachorra com cara de me socorra.
Os outros todos foram embora,
que pena, sem muita demora.
A babá da Gabi, a Cleide
serve cedo um copo de leite,
lava suas mãos com sabonete
e cuida também dos seus enfeites.
A Cleide querida mora distante,
bem perto da mata Atlântica,
e é ela que acolhe os visitantes
no espaço do seu quintal gigante.
Lá, encostado na mata, tem de tudo:
todos os que a Gabi achou
e mais uma porção de bicudo,
cascudo, peludo, rabudo e linguarudo.
Na última aula da Gabi, no Grão,
perguntaram a ela quem era
o seu bichinho de estimação.
Ela disse assim: “uma gatica”
“Ah! Uma gata?” “Não, uma gatica,
eu quero dizer uma gatirica”.
“O quê? Não entendi foi nada”.
“Eu quero dizer uma onça pintada!”
Foi difícil dizer Jaguatirica,
ficou então ‘gatica’, a gatica da Gabi.
A aula foi logo trocada
pela visita de todos
pra ver a gatica mamando
na cachorra com cara de me socorra.
Foi uma visão delicada: a gatica adotada
e a cachorra que, nessas alturas,
não tinha mais cara de me socorra,
ela tinha cara de salvadora.
fonte: http://reginauro.blogspot.com.br/2008_03_02_archive.html
É claro que logo, logo, muito logo -
a Gabi sabia - a família iria diminuir.
Mas a Cleide disse pra ela ficar contente
que o seu quintal estaria, como sempre,
aberto para todos do reino animal.
Lá, a Gatica poderia pular quando quisesse
do quintal pra mata e da mata pro quintal.
Seria ela a mais ilustre das felinas
que já haviam aparecido na capital:
Gatica, uma gatinha prá lá de especial!
FIM
A cadela "Holly" adotou na última quinta-feira (28) um filhote de jaguatirica, apelidado “Nino”, em Lucélia, a 586 km da capital paulista. O filhote foi encontrado na Fazenda Aroeira do Salto, às margens do Rio Aguapeí, e está sendo amamentado pela cadela e através de mamadeiras. Segundo Arnaldo de Souza, dono da cadela, ela tinha perdido sua cria de três filhotes havia 15 dias, quando encontrou o “filho adotivo”. O papel de mãe adotiva da cadela será interrompido na manhã desta terça-feira (4) pela Polícia Florestal, que buscará o filhote na fazenda para tentar readaptá-lo ao seu ambiente natural de selva.
