domingo, 5 de agosto de 2007

Polca Pouca

I-

Quer sonata,
sai polca:
sonora polca,
sonata nula

Polca pouca
nas teclas roucas
divulgam rosto vulgar

Contrariado
com pôr
graciosa musa
em pacto dançante

Descompassado
com
efusão parda

Comprometido
com
a nota alada

Compungido
com
não manar nada

Íntima vaia
Desvairada


II-

Assaz-escassez
no quarto de fel,
em que o frêmito efeito
a alma não sacia:
vexa, nauseia, entedia.

Patético acaso
que nem o casar
consola

No turno consórcio,
tísica prenda,
pálida amplia
a perplexidade.

Expira aterrada,
arte-assassinada.

Um réquiem recria
vão esforço
em fundo fosso
que se faz
com paixão.


III-

Ao som do piano
da polca maior,
sacros e profanos
jogam peteca.

O peso do apelo
é o vencedor,
é onde pára a dor:
paradoxo.

Conserva, libera
derradeira pilhéria,
interna maldade:
Celebri-(versus)
hombri-dade.