domingo, 5 de agosto de 2007

Secreta mente

Sem rebuço, relanço
a história singular
do homem
que amava lágrimas.

Trocadas as teclas,
na clave do sensível,
a in-sólida-riedade.

Em homem chumbo
Robusto é o desdém
Maciço o sorver.

Ele, estanhamente,
disseca a anatomia
de seres irracionais

Tendo atado
um rato pelo rabo,
arranca rasgos, guinchos,
do suplício da lâmina.

Dissonante sabor,
delícia íntima,
vasto prazer
estético?

Calígulamente
volta-se ávido
aos racionais seres

Estaca diante, distante,
do choro guinchante
de mudo amor,
que morre.
Profunda dor
de alheio
afeto.

Secreta mente
surpreendido
ante óbito-leito,
o homem chumbo
fundo se deleita.